MENSAGEIRO DA PAZ


Os dias de Noé estão de volta


              
              
               É sabido por todos nós que Noé, filho de Lameque, da descendência de Sete, era um homem que andava com Deus (Gn 6.9). Diz a Bíblia que ele era justo (Gn 7.5) e oferecia sacrifícios a Deus (Gn 8.20). Inclusive, no famoso Sermão Profético, em Mateus 24.37-42, o Senhor Jesus faz menção dos dias de Noé - período que pode ser entendido, de forma extensiva, como indo desde a Queda de Adão até antes do Dilúvio - com uma solene advertência aos crentes de todas as épocas a respeito da Sua Segunda Vinda, isto é, do Arrebatamento da Igreja e da Sua Volta em glória. E isso não é por acaso.

               Se compararmos o "modus vivendi" da sociedade antediluviana com o da sociedade atual, encontraremos muitas coisas em comum entre as duas.

Traçando um paralelo

               Vejamos algumas semelhanças entre a sociedade antediluviana e a nossa hoje:

               1) O homem procura se eximir do seu pecado diante de Deus e lança a culpa sobre outrem (Gn 3.11-13). Tal procedimento é comum em nossa sociedade.

               2) O homem daqueles dias, a começar por Caim, procurava estabelecer seu próprio meio de salvação em detrimento daquilo que Deus havia estabelecido, isto é, o derramamento de sangue de animais (Gn 3.7, 21; Hb 9.22). Estamos vendo esse mesmo procedimento hoje: o homem querendo se salvar a seu próprio modo, criando a sua própria religião e desprezando a mensagem redentora do sacrifício de Cristo.

               3) Pecados sexuais, homicídios e violência sobre a Terra (Gn 4.8, 23; 6.11, 13). Tais coisas condenadas por Deus são vistas hoje até com muito mais frequência do que antigamente. 

               4) A mistura da linhagem piedosa com a linhagem ímpia (Gn 6.1, 2, 5).

               "Os filhos de Deus" mencionados no capítulo 6 de Gênesis não se referem a anjos, uma vez que anjos são seres assexuados e, portanto, não poderiam coabitar com as filhas dos homens (Mc 12.25). Trata-se, portanto, de crentes que se desviaram. Tais procedimentos ferem o princípio da separação entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não O serve (Ml 3.18; 2 Co 6.17, 18). Mais tarde, essa mistura tornou-se a causa de muito tropeço e sofrimento ao povo de Israel (Êx 12.38; Nm 11.4).

               Ainda hoje, esse tipo de união ímpia tem paralisado a eficácia da Igreja em várias partes do mundo.

               5) Apego demasiado às coisas temporais e desprezo à Palavra de Deus pregada.

               A ênfase de Jesus em Mateus 24.37-39 recai na preocupação das pessoas apenas em relação aos assuntos corriqueiros do dia-a-dia, quando o castigo sobreveio repentinamente sobre os antediluvianos. Eles haviam recebido a advertência, na forma da pregação de Noé (2 Pe 2.5), e também mediante a Arca em si, que era um testemunho do castigo que estava próximo. Mas, não se preocuparam com tais assuntos e, portanto, foram destruídos inesperadamente no meio de suas próprias atividades diárias.

                Deus nada tem contra quem come, bebe e se casa; no entanto, quando Deus é deixado de lado por causa de coisas efêmeras e passageiras, estabelece-se uma inversão de valores: aquilo que é eterno passa a ser substituído por aquilo que é terreno e temporal. O Senhor Jesus advertiu dizendo: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas", Mt 6.33.

               O pecado dos antediluvianos continuou até o dia em que Noé e sua família entraram na Arca. Assim também irá continuar até o dia da Segunda Vinda de Cristo.

               O pecado, naqueles dias, era a regra. Noé e sua família eram a exceção. Ele, por causa de sua fé, era um estranho. Era a diferença em meio àquela geração pecadora. Estamos nós também, como Igreja, fazendo a diferença? Ou será que está tudo igual?

Importância Profética dos dias de Noé

               Ao observarmos cuidadosamente Mateus 24.37-41, à luz do contexto  das Escrituras, chegamos à conclusão que as expressões "assim como foi"; "e os levou a todos"; "levado um e deixado outro" e "levada uma e deixada outra" não se referem ao Arrebatamento da Igreja como em I Tessalonicenses 4.16-17, mas, sim, à volta de Cristo em glória, quando muitos serão levados para juízo; outros, porém, serão deixados ou poupados - exatamente como nos dias de Noé -, e entrarão para o Reino Milenar de Cristo.

               Observa-se que mesmo que a última metade de Mateus 24 e o restante do Sermão Profético não falem especificamente do Arrebatamento, o apelo à vigilância para a Volta de Cristo é aplicável aos crentes de todas as épocas.

               Convém estarmos atentos e vigilantes, pois os dias de Noé estão de volta.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PAIXÃO, Waldemar Pereira. Mensageiro da Paz, Nº 1.516, setembro de 2011, p. 18.
IMAGEM: a imagem do texto foi copiada do site Encontro com as Profecias, às 13:48h do dia 10/11/2011. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário