Santidade ao Senhor!

APOLOGÉTICA CONTEMPORANEA


O cristão, a santidade e a cultura pós-moderna

(por Esli de Souza)


               De acordo com a Sociologia - que segundo Augusto Comte é o conjunto das ciências que tratam do homem na sociedade, isto é, sob o aspecto moral, jurídico, político, econômico, etc -, pode-se dizer que os cristãos constituem uma sociedade à parte. Sociedade é, segundo a sociologia, o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade.

Multiculturalismo

               Com a queda do Muro de Berlim em 1989, e a consequente crise em algumas ideologias que dominaram o século XX, passamos a viver a era denominada pós-modernismo, que tem como ideologia em relação às sociedades a convivência comum, isto é, cada grupo social aceitando os propósitos, gostos, preocupações e costumes dos outros grupos. Esse comportamento social pós-moderno é chamado de multiculturalismo.

               Na esteira dessa nova filosofia de vida, que é o multiculturalismo, têm surgido inúmeras leis em defesa dos mais diversos grupos sociais, e muitas vezes tolhendo direitos de alguns grupos em prol daqueles outros. Aliás, é uma tendência natural do ser humano procurar identificar-se com alguém que tenha interesses em comum para fortalecer o seu grupo social, o que passa a ser, contraditoriamente, explorado em favor do multiculturalismo.

               Infelizmente, boa parte dos cristãos tem seguido o caminho inverso: ao invés de buscarem o fortalecimento de sua identidade como grupo social, sendo diferentes, conforme recomenda o Senhor através do profeta Malaquias no capítulo 3 e versículo 18 ("Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve") têm cedido ao multiculturalismo, tendo um comportamento de miscigenação ideológica com os demais grupos sociais, de forma que torna-se difícil, quando não impossível, reconhecer dentre a multidão um cristão autêntico.

                 Independentemente de estarmos vivendo a Era Pós-moderna, com a sua filosofia multiculturalista, é imprescindível que o cristão seja diferente, preservando a santidade, mesmo porque essa é a condição indispensável para que tenha comunhão com o Criador. A ausência de santidade, ou seja, a presença do pecado, faz separação entre Deus e o homem, por isso a busca da santidade deve ser uma constante no viver cristão.

Santidade

               Desde o princípio, Deus deseja ter comunhão com o homem. No livro de Levítico, que é um manual de vida santa para os hebreus, as instruções sobre alimentação pura e impura, isto é, apropriada e imprópria, aparentemente por motivos de saúde, são na verdade padrões para auxiliar Israel e se manter separado do povo ímpio que vivia ao seu redor. Há nessas instruções mais coisas do que simples recomendações para uma alimentação saudável. Esses textos contêm o segredo para a compreensão das leis e diretrizes estabelecidas para que o povo de Deus tivesse uma vida santa, ou seja, separada, diferente, única. Deus é santo e exige santidade do Seu povo. Foi por essa razão que Ele designou, através de Moisés, leis e restrições para Israel, para ajudá-lo a permanecer separado - social e espiritualmente - das demais nações.

               Essas instruções sobre alimentos e outros preceitos da lei judaica já não são obrigatórios para os cristãos da Nova Aliança, tendo em vista que Cristo já cumpriu o significado e o propósito nelas estabelecidos. Todavia, os princípios inerentes a esses preceitos continuam vigorando em nossos dias. O cristão de hoje deve ser diferente da sociedade em que está inserido e comportar-se de maneira a glorificar a Deus por meio do seu corpo e do espírito, uma vez que os mesmos pertencem a Deus, conforme 1 Coríntios 6.20. É pela rejeição de todas as atitudes pecaminosas  dos ímpios que o cristão procura ser santo em toda a sua maneira de viver.

                A ênfase nos detalhes à pureza cerimonial ressalta a necessidade da separação moral do povo de Deus, tanto em pensamento como em obras, em relação aos povos ao seu redor. Da mesma forma, todos os aspectos da vida cristã devem ser regulados pela vontade de Deus, que deseja que o crente seja santo como Ele é. Deus é santo e as qualidades do Seu povo devem ser as mesmas dEle: santas. Assim como o ideal de santidade para o povo hebreu era a separação dos modos ímpios dos povos ao seu redor e dedicação exclusiva a Deus, o cristão da Era Pós-moderna deve ter como alvo e propósito da sua vida a santidade. Ser santo significa ser semelhante a Deus, ser dedicado a Deus e viver para agradar a Deus.

Identidade

               Portanto, o cristão que anela ter comunhão com Deus e participar do Arrebatamento da Igreja deve se identificar com esse grupo social que é diferente, que tem identidade própria, que é aquele constituído de um povo especial, zeloso e de boas obras, como afirma o apóstolo Paulo (Tt 2.14).

               O povo de Deus não se coaduna com a deturpação dos valores morais dessa sociedade pós-moderna, corrompida, permanecendo espiritualmente separado do mundo, mesmo convivendo com ímpios.


BIBLIOGRAFIA

SOUZA, Esli de. Mensageiro da Paz, ano 81, Nº 1.516, setembro de 2011, p. 16.

Observação: 1) a primeira imagem do texto foi copiada do site da Coordenadoria Regional de Jovens Quadrangular - Região Perus, às 12:02 h (horário da Suíça), no dia 01/11/2011; 2)  a segunda imagem foi copiada do Blog "O Pregador", às 11:55 h (horário da Suíça), no dia 01/11/2011. 

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