Tornou-se
comum nos círculos pastorais se falar em uma “boa igreja”. Mas, o que tal
expressão envolve? Qual o conceito de uma “boa igreja” em alguns círculos
evangélicos na atualidade?
Ouvindo
e analisando o discurso sobre uma “boa igreja”, cheguei a conclusão de que para
se enquadrar nesse perfil, é necessário que uma igreja local ou congregação
preencha os seguintes requisitos:
1 -
Ter um bom número de membros e congregados ativos;
2 -
Esse bom número de membros e congregados ativos devem proporcionar uma boa
oferta, capaz de promover o crescimento institucional desta igreja, e de
proporcionar tranquilidade e segurança financeira ao seu
pastor;
3 -
O templo onde os cultos são realizados deve estar situado num lugar de boa
visibilidade, bom acesso e bom estacionamento;
4 - Uma boa arquitetura exterior e interior, associada a um bom conforto são
indispensáveis;
5 -
A vida comunitária deve ser de boas relações, onde os conflitos internos são os
mínimos possíveis;
6 -
A “boa igreja” não precisa exercer influência na vida espiritual e moral dos
moradores do bairro ou da cidade onde está inserida, desde que exerça uma forte
influência política e social entre os mesmos;
7 -
A “boa igreja” é caracterizada pela presença de membros e visitantes ilustres da
classe média alta, dos ricos e de personalidades notáveis de grande destaque
social.
Como
se percebe, a ideia contemporânea sobre uma “boa igreja” em nada se alinha com
aquilo que as Escrituras dizem acerca da Igreja de Jesus. A visão acima
apresentada, de caráter mercadológico e empresarial, acaba promovendo competição
entre aqueles que anseiam um dia pastorear uma “boa igreja”, ou frustração na
vida daqueles que são removidos de uma “boa igreja”.
Uma
igreja local “boa” é aquela que está inserida no contexto maior da Igreja
Universal, edificada por Jesus (Mt 16.18), único e inabalável fundamento (1 Co
3.11).
Uma
igreja local “boa” possui tal qualidade pelo fato de ser criação de um Deus
essencialmente e plenamente bom (Ef 3.6-9).
Uma
igreja local “boa” é aquela que manifesta a multiforme sabedoria de Deus entre
principados e potestades nos lugares celestiais (Ef
3.10).
Uma
igreja local “boa” trabalha na evangelização e na prática do discipulado entre
os povos (Mc 16.15; Mt 28.19-20), na perseverança na doutrina, na oração, na
comunhão, na adoração (At 2.42-47) e no socorro aos necessitados (At
4.32-35).
Uma
igreja local "boa" é rica em Cristo, em toda palavra e conhecimento (1 Co
1.5).
Uma
igreja local "boa" é plena dos dons do Espírito (1 Co 1.7).
Uma
igreja local “boa” é caracterizada por ser coluna e baluarte da verdade (1 Tm
3.15).
Uma
igreja local “boa” não está isenta de problemas espirituais, morais, sociais,
doutrinários ou de outra ordem, mas está sendo aperfeiçoada através do trabalho
dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres que compreenderam a
natureza do ministério cristão, e que se dispuseram a pagar o preço do
sofrimento em todas as suas múltiplas faces e formas (At 9.16; 2 Co 1.4;
12.15).
Não
importa o tamanho da igreja local, sua renda, sua influência social, sua
localização geográfica, sua arquitetura ou qualquer outro fator. Se tivermos a
convicção de que foi o Senhor quem nos chamou para cuidar de sua Igreja, nos
alegraremos na graça de Jesus, sabendo que esta é a “boa igreja”, o rebanho que
está entre nós, e que nos foi confiado pelo Supremo Pastor (1 Pe
5.1-4).
Fonte: site do Pr. Altair Germano (Obs.: os grifos e a imagem foram acrescentados por mim).
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